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EXPOSIÇÃO IMPACTANTE NA CASA DAS ROSAS É UMA HOMENAGEM ÀS VÍTIMAS DA COVID-19 E AOS PROFISSIONAIS

Reportagem: Caroline Rossetto

Desde o dia 15 de janeiro, o jardim da Casa das Rosas em parceria com o MIS (Museu da Imagem e Som), traz a mostra impactante “Renascimento”, do artista plástico Siron Franco.

São mais de 300 manequins suspensos, acima da linha dos olhos de quem vê, com os rostos cobertos por capuzes e com diferentes tipos de roupas. Apesar de chocante, a ideia é justamente homenagear as vítimas da pandemia e os profissionais de saúde que continuam trabalhando incansavelmente na linha de frente. Um dos motivos dessa mostra é celebrar a vida, a esperança e a superação da COVID-19.

A inspiração para a ideia surgiu quando pendurou um manequim no varal de arame de seu ateliê. Muitos com vestidos femininos, passam a impressão que todos estão no céu, reunidos, dançando ao vento.

Apesar de ter recebido algumas críticas negativas sobre o mau gosto do tema e que o artista precisava respeitar a memória dos que se foram, Siron se defende dizendo que os capuzes são uma alusão a insegurança quanto ao futuro e que os manequins são uma representação do amor pelo próximo, da compaixão e da empatia aos que foram impactados das mais diversas formas pela pandemia.

A exposição tem atraído diversos tipos de públicos, inclusive turistas de vários lugares do Brasil e também quem está morando há pouco tempo na cidade. É o caso da estudante de Medicina, recém chegada do Belém do Pará, Rebeca Alves Belo:

“Em relação à exposição “Renascimento”, eu acho que quando as pessoas visualizam os mais de 300 manequins suspensos no ar, elas acham que é algo de mau gosto que o artista quis criar. Mas, quando buscamos entender a exposição e lemos que sobre como ela foi feita e qual foi o objetivo dela, a gente entende que ela tem todo um caráter reflexivo e que busca refletir na gente de uma forma positiva e nos conscientizar sobre a pandemia do COVID-19. Então, quando eu vejo os 300 manequins suspensos, com roupas variadas, eu entendo que ele quis trazer na gente, uma reflexão sobre pessoas de diferentes regiões, de diferentes áreas, camadas sociais e rotinas. Então, esses manequins estão vestidos como se fossem trabalhadores, que estão saindo para o seu dia-a-dia e que tem algo em comum: foram vítimas da pandemia”.

Apesar de ser polêmica, é inegável que a exposição atrai olhares de quem passa pela frente. Rebeca ainda completa:

“Eu vejo essa exposição como uma grande busca pela conscientização. No começo, todo mundo se chocava com o número de mortes. Em um determinado momento, esses números foram se mantendo, aumentando ou diminuindo. As pessoas não estão dando a

devida importância como no início. A pandemia ainda continua grave, morrendo mais de 300 por dia. Ainda é um número muito grande e,não precisamos ter em mente que as vítimas ainda estão existindo e precisamos ter o devido cuidado com o próximo e com toda a população, porque é algo que pode voltar e que pode ocorrer outras pandemias e se não dermos a tamanha importância e todo o cuidado precisa, e a empatia com o outro, nada vai mudar e nada vai melhorar. O vírus não vai sumir simplesmente e para que tudo melhore, na saúde, economicamente, e ter de volta a nossa vida normal, tudo depende da gente”, completa.

Com 75 anos de idade e muitos anos de uma carreira que investiu em obras impactantes, que mostravam dilemas que o Brasil sofre desde sempre, o artista goiano Siron Franco perdeu muitos amigos e um irmão para a COVID-19.

E que ele reconhece que a exposição é sufocante e que não queria trazer algo bonito. É justamente essa mensagem de reflexão que foi passada e que segundo ele, a exposição trouxe o resultado esperado.

Mesmo não compreendendo muito bem, a visitação é válida para aprender algo. É o caso do profissional autônomo, Roberto Aleixo:

“Eu não compreendo muito bem essas exposições e não sei avaliar muito.Tudo é uma experiência, o que a humanidade passou nesses últimos tempos, em relação a COVID-19. Muitas pessoas perderam seus entes queridos, é uma realidade. Acho que o mundo se viu mais experiente, mais consciente em relação à saúde. Temos que estar preparados para o que pode vir a acontecer. Nunca vamos ter controle dessas coisas e acredito que outras pandemias possam surgir, talvez até pior do que essa. Quem sabe? Não sabemos. É isso. Vamos seguindo em frente”

“Renascimento” é apenas mais uma instalação entre tantas de Siron Franco, que é conhecido mundialmente por abordar sátiras, contextos sociais, questões políticas e a relação violenta do homem com o meio ambiente e a sua própria humanidade, em suas obras.

Vale lembrar que a Casa das Rosas está fechada para restauro e que o jardim e o café permanecem abertos.

A exposição vai até o dia 20 de março de 2022. Endereço: Avenida Paulista, 37 - Metrô Brigadeiro Horários: Diariamente: Das 07h00 às 20h00 GRATUITO

Não é necessário agendamento



A Central de Notícias da Rádio DALILA é uma iniciativa do Projeto Villa-Lobos e a Semana de Arte Moderna. Este projeto foi realizado com o apoio da 5ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.


Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.

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